Na língua inglesa o verbo ser e estar possuem o mesmo significado, entretanto, no português observamos uma importante diferença nos significados destas palavras (ser e estar).
A ansiedade é um tema frequente nos consultórios de psicologia ou em outros contextos de atuação do psicólogo (saúde, dispositivos sociais, recursos humanos, escolas etc.).
A ansiedade classificada pelo Manual de Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM – V) e pela Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados com a Saúde (CID 10) como um tipo de transtorno, o que faz dela uma questão de saúde e incorre numa possível intervenção medicamentosa…
Sem o objetivo de refletir sobre os aspectos medicamentosos, intervenção que em alguns casos se faz pertinente, a proposta deste texto é pensar sobre os efeitos subjetivos desta questão de saúde que se tornou a ansiedade.
Talvez a principal questão seja: como a pessoa pode identificar a ansiedade?
Para alguns psicólogos a ansiedade é entendida como sintoma, partindo deste viés, entendemos que antes da chamada “crise de ansiedade” chegar, o paciente apresenta sintomas sutis, tais como: insônia, pensamento acelerado, dificuldade para descansar, dificuldade para se divertir e sentir prazer com alguma atividade antes de seu interesse, etc.
Sinais que em geral são interpretados como cansaço, excesso de trabalho, preocupação…
E quando a ansiedade passa a ser reconhecida?
Quando produz sintomas desagradáveis e que interferem na rotina do indivíduo. Embora seja um produto dos afetos e emoções, a ansiedade costuma se manifestar através do corpo como uma alergia sem causa orgânica, náuseas, vômitos, dores no corpo e até mesmo a sensação de infarto, esta última costuma ser responsável pela hospitalização do indivíduo, momento em que o transtorno de ansiedade costuma ser diagnosticado e medicado.
Uma das propostas deste texto é sinalizar que o tratamento medicamentoso isolado não costuma ser suficiente, pois os remédios tratam o sintoma… mas como dito acima, a ansiedade é fruto dos afetos e emoções, elementos que não são alcançados pelos medicamentos, mas sim através da escuta terapêutica de um profissional preparado para tratar esta demanda: o psicólogo.