Morte

Hoje, pela primeira vez em plena consciência, eu tive que encarar a morte de alguém que realmente importasse para mim.
Pela primeira vez eu senti a pontada da dor de saber que nunca mais serei chamada pelo apelido carinhoso e nunca mais verei seu sorriso estranho.
Pela primeira vez, eu sinto muito por não ter atendido suas expectativas, sinto muito por teimar em contrariar seus conselhos antiquados, sinto muito por não ter estado lá quando você foi embora.
Eu poderia ter te abraçado, dito que te amava, desejado uma boa viagem, mas eu sou fraca para despedidas, sei que você também, então estamos quites.
Muitas coisas irão mudar, não me arrependo de pedir que você fosse logo, detestava te ver sofrer, mas quando foi eu não estava preparada, mas quem está?
A cada xingamento, cada risada, cada trocadinho e repreensão, tudo valeu a pena.
Me desculpe não ter dito isso antes, eu te amo vô!
Obrigada por ter sido o melhor vô que eu poderia ter, você não sabe disso mas meu caráter foi moldado com seus conselhos. Sempre o terei comigo.
De sua formiga ruiva…
Até breve!