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Kendrick Lamar: O peso da fama e a batalha contra a depressão

Kendrick Lamar: Eles não sofrem como a gente. Por Cauã Gouvea | 25/07/2024 09h33

Kendrick Lamar (37), nasceu em Compton, Califórnia, EUA, é um rapper, compositor e produtor musical norte-americano, sendo considerado como um dos artistas mais influentes de sua geração, além de um dos maiores rappers e letristas de todos os tempos.

Kendrick teve um ano de 2014 e 2015 repleto de sucessos, com sete indicações ao Grammy, incluindo Álbum do ano em 2014, e a conquista de Melhor Música de Rap e Melhor Performance por “i” em 2015. Em 2017, ele recebeu sua segunda indicação ao Álbum do Ano, liderando a lista com 11 categorias no Grammy, tornando-se o rapper com o maior número de indicações em uma única noite. Lamar conquistou cinco prêmios incluindo Melhor Álbum de Rap de “To Pimp a Butterfly”, Melhor música de Rap e Melhor Performance de Rap pela música “Alright” e melhor Colaboração de Rap/Cântico por “These Walls”.

Lamar diz que começou a sofrer quando criança, após testemunhar assassinatos, a violência do bairro onde morava e crescendo rodeado por gangues. Kendrick apesar dessa fase sempre sonhou alto: ser jogador da NBA, porém foi interrompido por um bom motivo:

Seu professor da 7ª Série, Mr. Inge, fez com que ele se aproximasse por poesia, frases de duplo sentido e rimas – e Lamar se apaixonou.

“Dava para colocar todos os meus sentimentos em uma folha de papel, e tinha sentido. Eu gostei disso”, afirmou o rapper em uma entrevista.

DIFICULDADES DO PASSADO E SUA FORMA DE SUPERAR

Segundo Lamar, durante sua adolescência, a maioria das “interações” que teve com representantes da Lei não foram nada boas e já chegou a ter inclusive um revólver apontado para si.

Conhecido por suas rimas complexas e letras profundas, encontrou na música um refúgio para a depressão.

O rapper, que lançou o single “i” em 2014, usou a canção como grito de guerra para si mesmo, combatendo os pensamentos negativos que o assolavam. Lamar explica que “i” é uma resposta a “u”, uma canção onde ele se repreende por suas inseguranças e se chama de “fracassado”. O processo criativo foi desafiador, “Essa foi uma das músicas mais difíceis de escrever. Há alguns momentos muito pesados ali”.

“Todos olhando para você como um louco (Louco!)
O que você vai fazer? (O que você vai fazer?)
Levante a cabeça e continue andando (continue andando!)”.

– Kendrick Lamar, na música “i”.

Em entrevista a MTV, Kendrick Lamar revela sua luta contra a depressão e afirma que já teve pensamentos suicidas:

“Acordei de manhã me sentindo um merda. Me sentindo culpado. Me sentindo irritado. Me sentindo arrependido. Como um garoto de Compton, você pode ter todo o sucesso do mundo, mas vai sempre questionar o seu valor”, diz Lamar.

LONGE DE CASA E SIGNIFICADO MARCANTE

Além de lidar com o bullying por motivo a cor de pele, também enfrentou desafios de adaptação cultural durante sua vida. O rapper, que cresceu em um ambiente predominantemente negro, se deparou com a diversidade cultura pela primeira vez aos 25 anos, que gerou confusão e insegurança. Apesar das dificuldades, Lamar reconhece a importância de sair da zona de conforto e se conectar com outras realidades. Em seu álbum “To Pimp a Butterfly”, ele cita a experiência de ser jovem e negro nos Estados Unidos, explorando as complexidades da fama e as expectativas que recaem sobre ele.

OUTRAS OPORTUNIDADES DE SE EXPRESSAR

To Pimp a Butterfly não foi o único álbum de que Kendrick se abriu em suas letras, “Good kid, M.A.A.D City” resgata memórias e fala de sua infância conturbada na Califórnia.

Escute um rap de Kendrick:

Organização Mundial de Saúde (OMS) estima que, no mundo inteiro, cerca de 300 milhões de pessoas sofram de depressão.

Classificada como uma “crise negligenciada de saúde global”, a doença tem números relevantes no Brasil: segundo dados da pesquisa Vigitel 2021 (realizada pelo Ministério da Saúde), 11,3% dos entrevistados disseram ter recebido diagnóstico médico para depressão. Entre os homens, o percentual foi de 7,3%; nas mulheres, foi o dobro (14,7%).

FONTE: G1 – clique aqui para ler.

  • agosto 1, 2024
    Lima paula

    História triste, porém a realidade de muitos jovens.

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