Algo de Errado
A droga mais mortal é a nossa adrenalina interna. Ela é como uma morfina que vai te relaxando, deixando mais entusiasmado e animado, com vontade constante de querer mais. Você se vê em situações que não deveria estar porque pensou SIM com o seu cérebro. Ele também é perigoso, fica com uma vozinha dentro de si dizendo: “Vamos mais longe. Precisamos de mais, isso é tão bom”. O problema é quando essa sensação passa e você se sente em depressão. Tudo não é igual era antes e agora não tem como mudar. Admitir que, no fundo, você sabia que isso aconteceria não adianta mais à essa altura do campeonato. EU ODEIO esse sentimento; é uma sensação de invalidez, de insegurança e insuficiência.
Acredito que o problema em si nunca vai embora, porque você vai pensar, pensar e continuar a se arriscar. A maior indagação dessa história, que no final é só mais uma história triste, é que tudo segue esse fluxo de ser ótimo, mediano e ruim.
O problema nisso é que nunca estamos prontos para lidar com o pós, porque o pré é prazer, e quando estamos confortáveis, se torna mais prazeroso.
Estou nesse momento em que fiz algo que queria e foi ótimo, só que agora parece que foi a pior decisão da minha vida. Isso está internalizado de uma maneira que dói quando penso, porque me sentia estar em outro patamar, em uma torre bem alta onde ninguém poderia me machucar. Mas hoje percebo que isso tem mais a ver comigo e com o quanto de expectativa coloco nas coisas. Outro ponto é que preciso entender quais são os meus limites, porque hoje em dia me permito ser machucada, usada, jogada fora e reciclada. Mas, quando me questiono sobre o quanto mereço isso, até quando vou permitir isso?
Um silêncio invade a sala, arde na minha boca, pois o que importa é o que importa para os outros. Porque, óbvio, eu vou aceitar ser xingada, desrespeitada e usar como moeda de troca algo que está muito errado: essa contabilidade emocional. Como me livrar dessa responsabilidade?
De fato, preciso selar um compromisso comigo mesma. Eu não sou tão foda assim e nem perfeita. Parece que o meu amor e carinho têm preço, são compráveis, e no fundo eu sei que é verdade, mas é triste.
Em uma carta aberta a mim mesma, eu preciso me libertar, preciso sair desse ciclo de adrenalina vicioso que me coloco a todo momento, mesmo inconscientemente.
Me desculpa por isso. Eu queria falar que isso vai passar, mas não vai. Além de não sair desse problema, me coloquei em outro e agora nem ajuda eu posso pedir.
Um servidor de apoio emocional e saúde mental. Desabafos anônimos, troca de experiências e apoio psicológico.
Pessoas depressivas, ansiosas, tdah, bipolares, borderline, autistas, dependentes químicas, anoréxicas, bulemicas, esquizofrênicas e afins.
A tomada de consciencia é dolorida mesmo. Crescer dói. Talvez você esteja precisando acompanhar os estóicos. As lições de vida eles são impressionantes. Ninguém é perfeito, isso não existe aqui na Terra. Então, você precisa treinar o auto amor, a paciência consigo mesma, o carinho e a aceitação.