Boa noite à todos!
No final do ano passado, fui diagnosticada com transtorno misto ansioso e depressivo, eu estava passando por muitas mudanças na minha vida pessoal, amorosa, familial e profissional, também havia mudado de domicílio recentemente, indo morar muito longe do meu trabalho. Eu sempre senti que tinha algum problema emocional, algo relacionado a dificuldade em lidar com rejeições e circunstâncias ruins pelas quais passei na minha vida, desde nova, como relacionamento ruim com a minha mãe, ter sido expulsa de casa, ter sido estuprada, drogada, violentada...
Aos 13 anos, comecei a me automutilar, realizando pequenos cortes no pulso, mas quando comecei a namorar, aos 17 anos, parei com a prática e vivi uma dependência emocional durante os próximos 5 anos, até que terminei o namoro. Passei por decepções amorosas e também com meus familiares. Não me sentia amada por ninguém. Até que encontrei meu atual marido. Com o término da faculdade, no meio do ano passado, eu comecei a me sentir muito perdida, ainda estava solteira, e meus problemas psicológicos começaram a ficar piores, comecei a chorar por nada, tinha muita ansiedade, angústia, medos inexplicáveis, preocupação com o futuro, sensação de vazio... então comecei a recorrer a remédios, até parar no hospital para fazer lavagem, após tomar 20 comprimidos de ansiodoron, é um fitoterápico ansiolítico, mas ainda assim o médico achou mais prudente fazer a lavagem. Minha pressão chegou a 16, sendo que sempre foi bem baixa, cerca de 10. Bom, conheci meu atual marido, que estava passando por uma depressão agressiva, fui morar com ele e fiquei muito longe do meu trabalho, acarretando em crises de ansiedade no percurso, principalmente de volta. Chorava muito no ônibus, ficava inquieta... sensação horrível. E decidi pedir demissão, tendo em vista que também havia sido humilhada pelo chefe da minha chefe, fazendo com que eu piorasse e não suportasse mais ficar naquele ambiente. Procurei um psiquiatra pela primeira vez e iniciei a medicação. Nunca pensei que tivesse depressão, achava que não era nada demais, que eram crises isoladas, mas tudo começou a ficar pior e pior, até que voltei a me cortar, mas os cortes foram aumentando e comecei a magoar meu marido e meus sogros com esse ato, o que faz com que eu me sinta muito mal. Hoje, estou desempregada, passo o dia inteiro dentro de casa, dependendo totalmente do meu marido, sendo que sempre fui muito independente. Meu marido melhorou muito da depressão dele e me ajuda muito, eu o amo demais e o amor dele é totalmente recíproco. Mas ainda assim me sinto perdida, inútil, burra... sou muito insegura.
Participei de um processo seletivo para trainee na minha área de formação; o processo durou cerca de 7 meses, achei que estivesse indo muito bem e estava confiante, mas então veio o meu não, e perdi meu chão, havia apostado todas as minhas fichas naquela empresa, agora ter que começar tudo de novo em outro lugar, menos confiante, com menos esperança de ser aprovada um dia.
Bom, não sei exatamente porque estou escrevendo tudo isso aqui, não sei exatamente o que eu tenho, não sei explicar bem o que sinto, fico muito mal por ficar reclamando da vida, quando tem gente passando por coisas tão piores...
Sou cristã e me sinto mal por estar assim, pensando que devia buscar refúgio em Deus e descansar Nele, tendo a certeza de que Ele sabe de todos as coisas e tem um plano pra mim. Mas eu não consigo me concentrar nisso.
Enfim... tem tanta coisa para desabafar e queria que alguém pudesse me dar um solução pra isso tudo, mas eu sei que não dá...
Espero que aqui eu consiga melhorar dia após dia, com as terapias em grupo e individuais, fico mais tranquila em ser anônimo, e não tenho condições financeiras para pagar por psicólogo.
Bom, por hora é isso, não sei se alguém vai ler, afinal escrevi muita coisa, mas o desabafo foi feito...
3 comentários em “Depressão, ansiedade e automutilação”