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Prisioneiro exausto

Tenho 49 anos e desde que me entendo como gente, sou prisioneiro de uma cela minúscula, embora, nada desconfortável e talvez por isso, meu esforço em me libertar seja quase nenhum. No entanto, tenho consciência de todo mal que me faz e reconheço a necessidade de lutar para sair desse aprisionamento. O que me falta realmente é a força de vontade já que as motivações, pra lá de convincentes, ainda não me tocaram.

Explico melhor: Tenho dois hábitos (prefiro evitar a palavra vício) destrutivos que afetam, embora de forma velada, todos os aspectos da minha vida. São eles, o alcoolismo e a pornografia.

Digo de forma velada porque não compartilho com ninguém esse meu drama. Todos que me conhece, sabe que aprecio bebidas alcoólicas mas, ninguém tem a menor noção do quão compulsivo, perturbador e nocivo é para mim. E não poderia ser diferente, pois, apesar de todo estrago interno, a alcoolemia não me prejudica socialmente, haja vista que, nunca me coloquei ou a terceiros em situações constrangedoras ou perigosas. Nunca perdi um dia de trabalho, ou deixei de honrar compromissos, nunca fiz gastos excessivos ou comprometi a renda da casa ou mesmo levei qualquer tipo de perturbação ao seio familiar. Por mais embriagado que esteja, sou sempre educado, respeitoso e responsável, no máximo mais alegre e falante, as vezes um pouco zonzo e sonolento; tudo isso, segundo os meus amigos e familiares.

Já a pornografia é ainda mais silenciosa, pois, ao contrário do álcool, não é possível consumir socialmente.

Ambos os hábitos, ao longo da minha vida tem minado minhas energias físicas, mentais, espirituais e sexuais além de bloquear minha criatividade, sabotar meus projetos, desperdiçar meu tempo e esbanjar meu suado dinheiro.

Como se não bastasse, ainda convivo com o tormento da culpa por não me dispor a lutar contra e pior ainda, por sequer ter uma desculpa para justificar minha permanência nesse ciclo de horrores, uma vez que em minha vida, seguramente tenho muito mais a agradecer que a reclamar, o que me faz inclusive, as vezes achar que tenho muito mais que mereço.

Já busquei ajuda psicológica, psiquiátrica, religiosa, esotérica, literária, medicamentosa mas, como sei que não existe fórmulas mágicas… pouco ajudou, já que faltou o componente principal… dedicação e disciplina de minha parte no propósito de mudar de hábitos.

Amigos e familiares também podem pouco. A questão da pornografia é algo que jamais desejaria compartilhar com eles e o alcoolismo não renderia solidariedade ou engajamento já que a maioria são consumidores também e nenhum deles testemunhou reações negativas do álcool em mim. No máximo, eu conseguiria ser tratado como o novo chato da turma.

Finalmente, estou aqui, me servindo do anonimato, para fazer esse desabafo e quem sabe encontrar uma rede de apoio, já que sozinho é cada vez mais claro que não vou conseguir.
Desde já, gratidão.

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  • junho 5, 2024
    Luana Piekoski

    Ah, esqueci de dizer, mas nas igrejas católica, existe um grupo chamado NA - Narcoticos Anonimos, mas refere-se a qq vicio.

  • junho 5, 2024
    Luana Piekoski

    Sugiro procurar um bom psiquiatra e começar uma terapia medicamentosa bem disciplinada e acompanhada. E para ajudar sua mudança, uma terapia com um bom profissional psicologo. Sem ajuda será impossível você parar com os vícios. E quanto à motivação interna, pense numa situação hipotética: Sua família vendo você na frente do computador, se masturbando diante de cenas chulas. A vergonha será seu motivador, ok?

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