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Viver sem mãe, preciso de ajuda!

Se algum psicólogo puder dar uma palavra, agradeceria muito.

Fiz 28 anos agora em maio e minha mãe vai fazer 67. Desde meus 14 anos, quando meus pais se separaram, ela não teve mais ninguém. Nós duas nos mudamos para outro Estado e meu pai formou outra família, logo, temos sido só nós duas desde sempre. Eu nunca fui de sair muito, então a maior parte do tempo ficava em casa, nós maratonavamos filmes e séries, conversávamos à mesa do café por horas. Sempre muito unidas e em tudo que eu precisasse, ela estava lá. Assim como está, até hoje. Uma pode contar com a outra sempre.

Acontece que em 2020 eu procurei uma psicóloga justamente por isso: Eu me dei conta de que não sei viver sem ela. Não sei nada da vida, não sei ”coisas de adulto”, é como se eu acordasse e percebesse que passei anos vivendo como se ainda fosse criança, no meu ninho confortável. Então em 2020 eu fiz um plano de morar sozinha pra aprender a me virar e ela me apoiou bastante, mas começou a pesar na minha consciência que eu estaria deixando ela sozinha. Veio o lockdown e cancelei os planos. (e parei com a terapia)

No mesmo ano de 2020 comecei a namorar e estamos juntos desde então, mas cada um mora em sua casa. Acontece que nós dois temos vontade de sair do país, e mesmo se eu não estivesse nesse relacionamento, eu já tinha essa vontade desde sempre. Se eu pudesse, ficaria só mais um ano e depois começaria a vida lá fora. Mas ao mesmo tempo que falo isso, já imagino a mãe sozinha e me da vontade de chorar.

Ontem fui com ela fazer um exame e tiramos o dia para aproveitar a companhia uma da outra, fomos ao shopping lanchar, conversamos sobre bobeiras… e depois comecei a imaginar ela com 70, indo em médico sozinha. Eu não sei se consigo! As vezes me da vontade de alugar um ap e morar sozinha mesmo, sem nem namorado, só pra eu aprender a viver na marra. Querendo ou não, estou há quase 30 anos na zona de conforto.

As vezes fico sozinha aqui em casa e me pego pensando o que eu faria se ela faltasse. Eu perderia meu chão. E eu não acho que isso seja saudável, pois minha tia por parte de pai ficou meio esquisita quando minha avó faleceu e todo mundo fala dela dizendo que ”A Dayse ficou louca”.
Acho que eu queria tentar viver sozinha também, pra me preparar sabe. Um dia minha mãe não vai mais estar aqui e se ela faltar enquanto eu ainda estou assim sem rumo, me sentindo uma criança perante a vida, eu que ficaria louca.

Não tenho amigos, não tenho onde manter a cabeça cheia. Quero melhorar de vida mas desde criança eu tenho dificuldade de ir até o fim com as coisas, eu tenho ideias, as vezes até começo… mas nunca termino. Então a cada semana eu venho com algo diferente pra eu fazer e na semana seguinte já desanimei. É um desanimo que toma conta.

Todos os dias digo que vou construir uma nova Eu, cuidar mais de mim, afinal, eu nunca cuidei. Tem dias que só faço uma única refeição, fico o dia todo sem comer, as vezes fico uma semana inteira sem almoçar, sem comer nada que faça bem. Eu quero matar essa Eu, quero melhorar minha alimentação, quero vencer essa timidez que faz eu entrar muda e sair calada dos lugares, quero acordar bem mais cedo pra estudar mais, quero dar meu melhor no trabalho, quero arrumar uma renda extra, fazer atividade fisica, eu quero sentir que to sendo melhor do que semana passada e assim por diante.
Mas todo santo dia eu vou lá e me saboto. Eu me atrapalho. Boto o despertador para as 6h e levanto em cima da hora de ir pro trabalho, ai não da tempo de levar os cachorros pra passear, nem de tomar um café, nem de estudar. E todo santo dia sigo me sabotando. É como se eu fosse minha inimiga, é horrível!

Eu quero ser adulta, ser responsável. Eu me sinto tão boba, tão infantil, que em qualquer encontro social eu fico calada pois não tenho nada a acrescentar nas conversas, nunca vivi nada, nunca fiz nada. Eu realmente me sinto uma criançona, e olha que nem me refiro a espírito de criança, como se eu fosse saltitante e sorridente não. É de travada mesmo, sem experiência, sem conhecimento. E ai minha insegurança grita alto.

Eu não sei o que fazer, pois quero tomar as rédeas da minha própria vida e parar de me sabotar, quero ser capaz de começar a vida em outro lugar, mas minha consciência pesa. Ela já diz que não tem vontade de sair daqui pois não tem o que fazer em outro lugar. Mas não consigo deixar de ouvir aquela voz que me chama de ingrata, egoista e sem coração. Ao mesmo tempo que também não quero viver pra sempre nessa casa, deixando as oportunidades de quem eu poderia me tornar.

E quando to toda animada, ela me abraça e diz: ”Sem você na minha vida pra eu implicar, eu não seria ninguém. Você é a razão do meu viver”

E isso acaba comigo. Porque no fundo ela também é a minha, afinal, eu realmente nao to preparada pra ficar sem ela. E eu realmente enxergo uma probabilidade altíssima de depressão profunda. Por isso sinto vontade de ir caçando meu rumo logo, até pra dar uma tranquilidade à ela de que sei me virar. Jesus, pq isso é tão difícil?

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março 2, 2022
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  • junho 23, 2022
    Luana Piekoski

    Eu sou mãe e entendo sua mãe quando ela diz que não sabe viver sem você. Na verdade ela sabe sim, ela só diz isso para aumentar sua auto estima, que deve ter uma caídas, né não? As respostas colocadas aqui ajudarão você a encontrar um animo para iniciar a caminhada. Comece tendo disciplina para acordar cedo, para ler um livro de auto ajuda, para escrever um diário. Sem disciplina não dá pra morar sozinha! Comece a mudar tendo o apoio de sua mãe. Se conseguir um mínimo de auto disciplina, poderá voltar a pensar em morar sozinha. A menos que queira se jogar no sofrimento, na bagunça que vai ficar sua moradia. Primeiro se prepare, depois vá morar sozinha. Sua mãe certamente conhece muito bem você e por isso, quando percebe que vai fazer bobagem, diz algo para frear você. Continue com a terapia, mas pega um profissional que seja forte e incisivo para que você comece a realmente se conhecer, senão ficará 20 anos e continuará indecisa e imatura. Então, força na peruca e comece seu plano de auto disciplina, ok? Abraço fraterno

  • junho 16, 2022
    usuario

    Olá, Lua Orion. Minha solidariedade ao seus sentimentos e aos momentos que você está passando. Eu não sou psicólogo, mas já vivi um pouquinho nessa vida. Já fui para fora, como quer ir, voltei, fui de novo. E passo por uma situação parecida, só que com minha vó. Acho que o primeiro passo dessa mudança que você deseja fazer, é, de fato, o primeiro passo. Se as mudanças são muito difíceis para você, comece com coisas pequenas. Você tem um plano excelente: ser melhor do que na semana passada. Então, vá atrás dele! O realize. Sei que pode parecer que é só palavras jogadas aqui, mas também passei por isso. Quando a gente começa a fazer, as coisas vão se tornando mais fáceis depois. Comece a se exercitar, logo seu corpo vai pedir mais. Aquela sensação boa que vem dos hormônios no exercício. Logo o corpo vai mudando e autoestima melhorando. Comece a ler, um parágrafo, uma página por dia. E quando ver já não vai conseguir parar até terminar o capítulo. Se a gente senta para ler o livro todo de uma vez é uma tarefa praticamente impossível. Pois é isso, passo a passo. Não se sinta pressionada, amedrontada de encarar um grande problema de uma vez. Uma longa jornada começa com o primeiro passo. Quando isso for melhorando, talvez você se sinta mais capacitada para encarar o mundo. Tente conhecer pessoas novas, existem muitas pessoas tímidas por aí também. Vá a lugares que possam te proporcionar isso. E volte com a terapia, volte mesmo. Se não gostava de quem era seu terapeuta procure outro, e vá buscando até achar alguém que se identifique. Mais preparada, talvez seja mais fácil de lidar com a questão da sua mãe. O mais importante é conversar com ela, sobre seus planos, dizer o que você sente. Todo mundo tem uma jornada para trilhar, um caminho para buscar. Se você fosse morar sozinha, ou para outro país, sua mãe não teria com quem conversar? Não tem uma vizinha, vizinho que sejam próximos de vocês? Se não tem, que tal começar a se aproximar agora? Não tem uma igreja, centro espírita, centro comunitário, que vocês possam frequentar conhecer pessoas e fazer amigos para estarem perto da sua mãe? Assim, tanto servindo como amparo para ela, como uma atividade semanal que ela pode ir e se divertir, conversar, socializar. Se não tem, que tal buscar? Aquele centro que alguém falou um dia para ir, por que não experimentar essa possibilidade agora? Não tem algum parente, vejo que você fala de tias, que possa estar perto da sua mãe? Ou mesmo que ela possa até mudar e morar junto, quem sabe. Se não tem, por que não se aproximar daquele parente distante que um dia foi mais próximo? Crie possibilidades novas que possam ajudar a solucionar os problemas que hoje você vê como insuperáveis. Se alimente melhor: muitas vezes o desânimo, o cansaço vem de uma falta de nutrientes no nosso corpo. Uma rotina pode te ajudar a cumprir melhor o que você planeja. Depois de um tempo elas se tornam hábitos e fazemos automaticamente. Já tentou buscar respostas na espiritualidade? Quem sabe possa te ajudar também. Afaste os pensamentos sabotadores da mente, eles não ajudam em nada. Busque e mentalize o melhor. Com o atendimento terapêutico ele vai te ajudar nessas questões de sentimento de ingratidão, de abandono, mas isso é uma coisa que vai vir de você e do seu entendimento em relação a você, sua mãe, a vida. Busque conhecimento sobre isso para que te ajude a tomar as decisões. Que é você quem vai tomar, só você. Eu estou na torcida para que você seja muito feliz e as coisas deem certo na sua vida. Estamos aqui para te ouvir sempre. Abraços!

  • junho 15, 2022
    lima

    Querida, compreendo sua angústia, você vive uma relação de dependência. Você sente que não consegue funcionar corretamente no mundo. Acredita ser incapaz de cuidar de si mesmoe que por isso depende da sua mãe para ajudá-la. apenas assim consegue sobreviver., ao mesmo tempo sente a necessidade constante de cumprir as responsabilidade normais de um adulto. Massimplesmente sente que não possui o necessário para isso. É uma sensação de falta de adequação. É a sensação de ser uma peuena criança em um mundo cheio de adultos. Sem um adulto para cuidar de você, fica perdido. Você está vivendo momento que a deixa confusa e exausta, não consegue tomar uma decisão, e quando toma desiste. Percebo que você tem medo do desconhecido, medo de mudar. Você não confiaem si mesmo para lidar em situações novas, por que não confia nos próprios julgamentos. Você duvida de si mesma. Se você viver sozinha, aprenderá a se virar com o necessário para sobreviver.Quando você foge de situações que pode ajudar você crescer e mudar, você se sabota, confirmando a sensação de incapacidade. Compreendo sua angustia. Você está ciente que precisa mudar. force a si mesma a realizar tarefas. desafie a si mesma e faça mudanças que tem evitado. Comece pelas mais fáceis. Quando tiver sucesso em uma tarefa de forma independente, aprecie a si mesma e sua conquista. Não desista e se diminue. quando falhar, tente novamente.continue tentando até conseguir o objetivo. Acredito no seu potencial, você consegue.

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