Estimular é acreditar no potencial!

Quando a família é avisada preciosamente de uma deficiência ou dificuldades de uma criança, é comum a família ficar desorientada e muitas se perguntam “e agora?”. Por isso, é importante que cuide precocemente e para isso, é necessário compreender que além das dificuldades e limitações, existem grandes potenciais que com estimulações também serão reconhecidos.

O importante é equilibrar o cuidado da deficiência com o cuidado de seus sentimentos, tendo apoio da família e de ambientes e profissionais especializados, através de estimulações e utilizando equipe interdisciplinar (fisioterapeuta, fonoaudióloga, terapeuta ocupacional, principalmente um psicólogo), atividades físicas, além, de todas as pessoas em sua volta. Lembrando que, é essencial ver as necessidades de cada pessoa individualmente, considerando suas necessidades e desejos de cada pessoa para as estimulações serem agradáveis e gratificantes para a pessoa envolvida.

Isto é, a família e, principalmente, os profissionais precisam acreditar e aceitar que têm as mesmas potencialidades de pensar, sentir, escolher e resolver seus problemas e saber direcionar suas próprias necessidades, conforme suas condições.

Entretanto, por tentarem evitar um possível preconceito e isolamento, existem escolas que separam os alunos com dificuldades maiores. Esse assunto é polêmico, mas fico me perguntando o que esses alunos que ficam nessas salas especiais ficam se sentindo e pensando ao ver os outros colegas de outras salas tendo outra rotina escolar. Além dessas pessoas se sentirem incapazes, já começam a se isolar e os outros colegas, que os veem em sala especial, já começam ter receio de se interagir com as pessoas com necessidades especiais e o preconceito acontece.

Vale ressaltar, também, que se a pessoa está em uma sala especial, onde todos são iguais a ela, quem vai desafiá-la e estimula-la a se desenvolver? Por isso, é importante essa interação aconteça, pois aprendizagem e o conhecimento são construídos pela interação com o outro e pelo desafio de superação. Assim, essa interação entre ambos tem vantagens sociais significativas, pois ambos vão se interagir entre eles e as pessoas, em geral, aprendem a ter uma maior tolerância e sensibilidade diante do outro, aceitando as diferenças.

Além disso, especialistas garantem que o cérebro tem enorme capacidade de se reorganizar e dar “cobertura” para as deficiências. Com isso é possível afirmar que não é necessário que essas pessoas fiquem em classes especiais e separadas das outras pessoas, podendo e tendo o direito de interagir com outras pessoas consideradas sem nenhuma dificuldade nomeada e classificada.

Dito isso, cabe às pessoas aceitarem o outro como ele é e entender que independente da dificuldade, toda pessoa tem capacidade de pensar, sentir, aprender e inclusive se comunicar com outros. Isto é, cada um tem suas próprias individualidades, dificuldades, limitações e potencialidades, sendo todos diferentes uns dos outros.

Assim, ser diferente e ter suas individualidades são essenciais, pois, é pela diferença que a pessoa se torna crítica pelas diferenças de opiniões e princípios, tendo novas experiências. Por sua vez, aprende com o outro o que talvez fosse uma dificuldade.

Portanto, são pelas estimulações e por acreditar nas potencialidades que cada pessoa consegue grandes vitórias e aprendem a ter mais coragem e determinação para superar os próprios limites e obstáculos, descobrindo novas habilidades e desafios. O importante é desafiar e ter coragem de enfrentar suas dificuldades e limitações para superá-las, conforme suas individualidades e condições.

64
ds

É psicóloga humanista (CRP 06/8543) em Jundiaí/SP com formação em Abordagem Centrada na Pessoa. É especialista em educação inclusiva e fluente em Libras (Língua Brasileira de Sinais). Realiza psicoterapia Online e Presencial e por CONVÊNIOS e PARTICULAR. Atendimento familiar e individual para crianças, adolescentes, adultos e em Libras. Também, é consultora de inclusão, palestrante e organizadora de minicursos e supervisões sobre inclusão. Participou como coatora do livro "Abordagem Centrada na Pessoa e algumas de suas possibilidades" no capítulo "Inclusão centrada na pessoa", e é autora do livro “…E a borboleta voou”. Em 2017, participou do Seminário Internacional de Educação: Inovação e Inclusão em Portugal e Espanha, com muitas propostas inovadoras de educação e inclusão. Já atuou no Centro de Atendimento à Síndrome de Down “Bem-Te-Vi” e na ATEAL (Associação Terapêutica de Estimulação Auditiva e Linguagem) em Jundiaí/SP. Dedica-se em uma inclusão das diferenças e individualidades de cada pessoa. Por isso, acredita em uma inclusão centrada na pessoa e não nos seus sintomas e diagnósticos. Seu intuito é existir uma convivência para todos e com todos a partir de aceitação, empatia e autenticidade, fortalecendo o autoconhecimento para as pessoas encontrarem suas próprias respostas e a lidarem com o que incomoda. @psicovanessasardisco www.vanessasardisco.com.br 11 982009577

Login