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Os Anos mais difíceis(até agora)

Olá, como estão?
Eu não tenho certeza do porque optei por escrever isto, acho que só gostaria de contar como algumas “pequenas coisas” podem transformar uma pessoa.
Atualmente tenho 14 anos e considero minha saúde mental muito instável, já faz um tempo que eu não me sinto realmente feliz, mesmo que nos dias de hoje, isso seja muito comum entre adolescentes e jovens.
Eu não tenho certeza por onde começar kkk, mas acho que vou contar como as coisas acabaram do jeito que acabaram.
Tem um colégio que eu estudei durante 5 anos(entrei aos 6) e odeio com toda minha força aquele lugar.
No 1⁰ ano quando eu entrei no colégio, eu tava bem feliz porque eu estava com a minha melhor amiga(vou chamar ela de Luisa, não é o nome dela, mas só pra não ficar confuso).
Como a maioria das escolas, tinham suas “panelinhas”, eu e Luisa nunca nos importamos com isso, tínhamos um ao outro e na época era o suficiente pra mim, eu amava o tempo que passávamos juntos.
Eu lembro de “gostar” de um menino na época(nem sabia oque realmente era gostar de alguem na época kk), era um carinha popular e bonitinho, bom em futebol, cabelo penteado, bem play boy.
E eu nunca fui muito discreto com os meus sentimentos, então era bem óbvio que eu gostava dele, um dia ele me chamou no intervalo pra jogar pebolim(aquele futebol de mesa e pinos), como ele sabia que eu gostava dele, ele apostou comigo que se eu ganhasse ele me daria um beijo, ele não apostou nada caso ele ganhasse e ele era um dos melhores naquele negócio, então era apenas algo pra me fazer passar vergonha em público, eu aceitei e claro, perdi, ele acabou dizendo algumas coisas que eu prefiro não falar, tirando o fato que comparado em relação às minhas “colegas” eu sempre fui mais gordin, algo que ele citou dentro das coisas que ele disse, vindo da pessoa que você gosta, isso foi como uma facada, ainda mais naquela idade(eu tinha 7, estava no final do 2⁰ ano).
Eu deixei isso de lado e segui adiante junto de Luisa até o final do ano.
Nessa época eu não tinha celular e ela também não, então só podíamos nos ver na escola, mas nossas mães mantinham contato, começamos a ser amigos desde o prézinho.
Quando deu inicio ao 3⁰ano, no primeiro dia de aula, eu fui animado porque tava com saudade de Luisa, porém ela não apareceu, eu não me preocupei, porque era o primeiro dia, é normal faltar, mas no próximo e no próximo ela não apareceu, eu fiquei duas semanas indo à aula crendo que ela voltaria algum dia, ela não voltou.
E doeu, doeu muito, eu fui abandonado pela pessoa que eu mais amava e me importava, ela simplesmente foi embora, ela nunca me disse adeus, nenhuma despedida, foi um dos sentimentos mais intensos que eu tive, o meu primeiro sentimento de perda.
Como se a sensação de abandono não fosse o suficiente, eu estava jogado em uma classe onde todos tinham uma panelinha, em que eu não me encaixava em nenhuma, tentei fazer amizade com a panelinha dos meninos, mas sem sucesso, eu não suportava a ideia de ficar sozinho, eu precisava de alguma distração do negócio da Luisa, então eu acabei me agarrando a panelinha das meninas, eu não me sentia bem lá, era tão diferente do que eu era, mas eu sedi aquilo para não ficar só.
Foram os piores anos da minha vida, a principal desse grupinho era a Clara(não é o nome verdadeiro), ela era minha “inspiração” no 3⁰ ano, ela era popular, descolada, engraçada, confiante e cheia de amigos.
Mas depois de um tempo os reais interessas apareceram, eu sou filho de um empresário e uma cabeleireira, meus pais não tinham muito tempo para mim, então me “mimavam” com lanchinhos gostosos para levar pra escola, que era oque Clara e seu grupinho gostava em mim, eu sempre dei pra elas a maior parte do meu lanche, que logo se tornou todo o meu lanche por comentários de Clara dizendo que minha aparência era um problema e eu deveria “me cuidar”(emagrecer).
Eu nunca comentei disso com meus pais, e pela falta de comida no lanche, eu acabava comendo mais no almoço(nessa época eu almoçava com minha mãe)
Minha mãe vendo como eu comia mais, sempre dizia que eu exagerava e que estava comendo demais o que batia com oque a Clara dizia.(Hoje em dia eu pulo a maioria das refeições por causo disso).
Como uma forma de controlar melhor minha alimentação, eu parei de levar os lanchinhos gostosos, em vez disso eu comecei a levar dinheiro para comprar algo na cantina, que na realidade era eu pagando tudo que Clara e seu grupinho queriam, para que eu nao acabasse sendo chutada pra fora do grupinho.
Isso durou por 2 anos (o 3⁰ e o 4⁰), pode parecer pouco, mas foram meses e dias muito dolorosos.
No 5⁰ ano, acabou juntando a turma da tarde com a turma da manhã, oque me salvou na época, eu consegui fazer a segunda amizade verdadeira naquela escola, eram 6 meninos, tínhamos gostos e personalidade parecidas, nos demos muito bem, foi tudo ótimo, eu achei que realmente as coisas iriam melhorar a partir daí, mas eu recebi a notícia que eu teria que mudar de escola, aquilo foi tão arrebatador, no único momento que eu tive companhia de quem eu realmente gostava dos meus amigos dr verdade eu teria que deixa-los?
Eu nunca fui bom com despedidas(o caso da Luisa já explica por si só)
Então eu aproveitei o máximo com eles aquele ano, por mais que eu não quisesse jr, eu não tinha escolha.
Mesmo com eles, as coisas podem ter melhorado, mas por ser uma “garota” no meio de vários meninos, recebi vários apelidinhos como “Três Pernas”, “Maria Macho” entre outros.
Algo que não comentei é que desde o 3⁰/4⁰ ano, eu comecei q chorar mais, por diversos motivos, até sem motivo as vezes, eu sentia uma grande tristeza, e pensamentos su1c1das, não diretamente ligados à uma vontade de cometer o ato, mas com o pensamento de que se eu m0rr3sse eu sofreria menos.
Então 6⁰ ano.
Eu me mudei de escola, e foi incrivelmente leve, eu conheci novas pessoas, fiz vários amigos, me senti muito melhor e até fiz uma melhor amiga, Alice(nome falso) ela era um pouco parecida com Luisa em aparência, me lembrava um pouco dela oque era bom, mas eu gostava muito de Alice em si mesmo.
Mas, como nada que é bom dura muito, ela também teve que ir embora, mudar de escola e cidade, ela havia me prometido que de qualquer forma, mesmo do outro lado do mundo, continuaríamos melhores amigos, promessas vazias.
Eu não culpo ela, eu só não entendo o porque todos meus amigos acabam me deixando, meus melhores amigos, eu não pude fazer nada na época da Luisa e de novo não consegui fazer nada, eu fui abandonado de novo.
E como se já não fosse ótimo isso, no 7⁰ ano, se mudaram para minha escola, Clara e uma parte de seu grupinho, foi como reviver tudo aquilo de novo.
Primeiro a perda e depois Clara.
Eu estava tão assustado, com tanto medo de que tudo se repetisse, como um ciclo sem fim de sofrimento, onde eu estou preso e não consigo me libertar, eu estou apavorado.
Elas ainda estudam comigo, oque me deixa apreensivo ainda.
Eu conheci outra pessoa depois de Alice
Seu nome, Gabi(nome falso), ela é minha melhor amiga atualmente(eu acho)
Eu não consigo mais sentir aquela animação por amizade de antes, pois acho q as coisas terminaram do mesmo jeito, eu não tenho certeza, a situação não é muito diferente, por mais que Gabi seja bem diferente de Alice e Luisa, tanto em aparência, quanto personalidade.
Gabi quando mais nova era a popular do colégio, com um grupinho popular que usava e humilhava os outros, ela admite isso, por mais que ela jure que não seja mais assim(ela realmente parece não ser, mesmo que ela seja meio arrogante e narcisista), não consigo não pensar que ela se assemelha(ou assemelhava) à Clara.
Tenho muito medo de tudo estar se repetindo, por mais que esteja aceitando isso de um jeito muito ruim agora, não me importo com as coisas que vão acontecer em relação à Gabi ou qualquer outra coisa.
Honestamente estou planejando um suicídio, eu já perdi a vontade e a maturação de viver q muito tempo.
Eu moro em um apartamento num prédio de 14 andares, com cerca de 42m d altura(o prédio), moro no 13⁰ andar, estou realmente pensando em cortas a rede da janela e dar um fim a todo esse possível ciclo ou uma nova chance de sofrimento ou dor.
Eu percebi que eu não gosto do sofrimento
Que eu não gosto de prestar serviços em troca de migalhas de atenção de pessoas que dizem ser meus amigos
Que eu não gosto de me isolar
Eu não gosto dessas coisas, eu apenas, desde novo, fui acostumados a passar por isso, e passei a ver isso como algo “normal”.
E não consigo mudar isso.
Para ser sincero eu já tomei a minha decisão, eu só estou procurando o dia correto para isso.
Obrigado a você que leu, sinta-se a vontade para comentar algo.

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janeiro 6, 2023
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  • Aaaaaaaa

    Olá Caroline, muito obrigado pelas palavras, é péssimo ver como o mundo pode destruir as melhores pessoas, foi bom ouvir sua história e que você tá melhor atualmente. A umas 2 semanas +ou- eu fui passar o natal na casa da minha vó, nao gosto muito de sair de casa, mas acabei indo, nessas duas semanas eu me afastei completamente das redes sociais(WhatsApp, intsgram e td) então não falei com a Gabi durante esse tempo, hoje voltei a falar com ela e outros amigos meus, acho que isso é bom pra mim, eles sentiram minha falta(eu acho pelo menos kkk), e isso me deixou feliz até. Acho que esse medo de "abandono" e de tudo acontecer de novo, pode ser algum tipo de trauma que eu adquiri naquela idade. Quando Clara e suas amigas vieram para escola, eu torcia para elas saírem o mais rápido possível, mas depois de 1 ano, eu percebi que não era justamente elas o problema, e sim o impacto que elas causaram. Estou tentando superar isso, e me sinto mais leve agora(mesmo que seja só um pouco) de ter falado sobre isso, mesmo que anonimamente. Obrigado pelo apoio Caroline, aposto que você deveria(talvez ainda deva) ser uma ótima dançarina, espero que continue com seu trabalho e consiga fazer a diferença para seus alunos(a), certeza que é uma ótima professora. Vou tentar focar em mim mesmo e aproveitar por agora e assim como você poder fazer a diferença para alguém.(aliás minha matéria preferida na escola é história kkk)

  • Caroline

    Compreendo vc sobre sofre na escola pois eu passei isso na minha época sendo que eu era gorda, atrapalhada, sem amigos verdadeiros e meus pais tinha que trabalha para por comida na mesa e logo não tinha condição para lanches ou comprar assim só mim restava pega merenda da escola e viver os dias sendo humilhada de varias maneiras da escola pela minha aparência e jeito de ser, todavia nunca pensei em morrer pois sabia a importância que minha vida valia e que certamente seria a diferença na vida de alguém, não fácil passa na fase escola mas mim mantiver firme no que mais eu gostava de fazer que foi ler livros e também queria ser dançarina de hip hop( queria ser mesmo era beyonce rsrs) então quando surgiu oportunidade de entra no grupo de dança eu fiz mesmo sendo tímida e assim fui seguindo a vida e aos poucos já não ligava com que os outros falavam ou dizia sobre mim pois eu mesmo criei meu mundo. Anos passou ainda continuo gorda e não sou o padrão da sociedade porém sou feliz e também faço trabalho voluntariado e sou professora de historia e já estagiei na escola aonde passei tudo isso e pode ser a diferença lá para meus alunos(as). Não desista de vc, pois com toda certeza vc é a diferença na vida de alguém.

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