Ultimamente

Ultimamente as coisas tem mudado muito e as pessoas tem sido gentis e se preocupado mais comigo. Mas também elas só fizeram isso quando eu estava quase desistindo e no chão. Quando estou lutando parece que todos me odeiam e querem me derrubar no chão.
Eu acho que nada do passado faz sentido mais. Nenhum daqueles sonhos, nenhum daqueles objetivos, nenhuma daquelas metas. Pois aqueles são sentimentos velhos e eu mudei muito, então tudo o que tenho que fazer é olhar para a frente, não há nada para resgatar. Eu não entendo a vida, tem tantas coisas que ninguém nunca entenderá e eu sei, somos humanos limitados até onde nossas mentes, imaginação e curiosidade podem nos levar. Então está tudo bem se eu posso compreender algo que eu não compreendia antes e meu eu do futuro pode olhar para trás e dizer da mesma forma, “eu estava tão errado sobre tudo”, outra vez. Algo me diz que essa cena sempre se repetirá. Eu não tenho motivos para chorar, eu só tenho um passado sombrio e conturbado.

Eu tinha problemas com a minha mãe, mas ultimamente ela tem me tratado bem e eu acho que ela finalmente me entendeu. Às vezes eu me incomodo como ela me trata como uma criança e pega no meu pé, mas eu acho que esse comportamento dela que me desagrada não deveria me afetar tanto e ter tanto poder sobre mim a ponto de ser uma limitação, as pessoas não tem poder sobre a gent, na real, elas fazem nós sentir do jeito que permitimos ela fazê-lo. Ninguém realmente tem controle sobre as emoções de outras pessoas. Eu decidi perdoar a minha mãe porque eu entendi algo sobre ela que eu não entendia antes, isso não justifica os comportamentos dela e a forma como ela me tratou, mas isso me fez descobrir e entender algo sobre mim mesma ao qual eu estava cega antes ou não conseguia enxergar. Todos aqueles sentimentos ao qual eu lidava, eles realmente não eram meus. Todas às vezes que a minha mãe chegava do trabalho e ela tinha sofrido assédio de novo e começava a me xingar e gritar comigo, toda aquela raiva e tristeza que eu sentia não eram meus realmente e sim dela. Toda aquelas inseguranças e medos implantados em meu cérebro, isso nunca teve a ver comigo, mas sim com ela. Era ela que se sentia incapaz, era ela que estava insegura, era ela que sentia medo, era ela que queria depender de outras pessoas, eu nunca tive a ver com isso. Foi aí que todo o peso emocional que eu vinha sentido começou a desaparecer. Eu transmito toda a dor projetada e lançada sobre mim em coragem, força, cura e inspiração. Por isso não há mais ódio. Eu me irrito com alguns comportamentos e tratamentos, mas, as pessoas machucam as outras quando elas também estão machucadas.