Janeiro Branco… Nublado.

“Contudo, devido não só às discrepâncias existentes entre os pensamentos das pessoas e as suas ações, como também à diversidade de seus impulsos plenos de desejo, as coisas provavelmente não são tão simples.”. Freud – O Mal-Estar na Civilização (1930 [1929])

Na clínica ecoa um tipo de banalização dos sintomas trazidos pelo impacto causado pela pandemia, o isolamento social e a obscuridade imposta em relação à nossa relação com o Corona Vírus.

É válido ressaltar a visão já muito conhecida pelos profissionais que lidam com a saúde mental, ainda mais neste mês em que nos voltamos à esta, de que não existe um sintoma para todos os sujeitos, existe um sujeito perante o seu sintoma.

Quadros depressivos, manifestações de ansiedade, tendências a quadros de fobia, alusões a transtornos de humor, relações abusivas, tentativas de suicídio, dependências físicas, químicas ou afetivas: qualquer sujeito pode se ver afetado por algumas destas manifestações? Sim, mas isso não pode cair na ordem de que, por vir se manifestando em todos, ou em boa parte, o sujeito deve avaliar seu sintoma como banal.

Precisamos recorrer e nos voltar à ordem da singularidade perante as particularidades, e não deixar com que o discurso dos vários sintomas psicológicos que vem emergindo após a pandemia, caia no discurso que ela traz, o discurso de que todos estão lidando da mesma forma com a mesma situação; estamos, toda a sociedade, mas a sociedade é composta por cada um, então, não banalize o que te incomoda, aquilo que começou a doer, ou que você jamais imaginava sentir e acreditava que quem possuía era apenas aquele conhecido…

Cuide de si, reconheça os sintomas e permita-se ser cuidado!

Todos estão fragilizados neste momento!

Isto sim, é da ordem do coletivo.

Márcio Junio Fagundes do Vale
CRP 04/35602
(31) 98745 0004
marciofagundes_psi@yahoo.com.br
@marcio.jfvale.psi

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Psicólogo Graduado pelo Centro Universitário do Leste de Minas Gerais - UNILESTE/MG. Especialista em Teoria Psicanalítica pela Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas da UFMG. Especialista em Urgência e Trauma pelo Ministério da Saúde via Secretaria Municipal de Saúde de Belo Horizonte através da Residência Multiprofissional vinculada ao Hospital Municipal Odilon Behrens. Atuou como Servidor Público estando como Referência Técnica na Gerência e Gestão do Trabalho do Distrito Sanitário da Regional Pampulha – Belo Horizonte/MG (GERGETR - Pampulha) e na assistência em saúde no CAPS III Regional Noroeste – Belo Horizonte/MG (Centro de Referência em Saúde Mental do Distrito Noroeste - CERSAM Regional Noroeste / Belo Horizonte/MG). Colaborador no site Sunas. Psicólogo Clínico na Clínica de Especialidades Médicas AME. Atua como Psicólogo Clínico em Consultório particular – Presencial e Online. CRP 04/35602.

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